sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A Dança de Salão no Contexto Social

Faculdade Angel Vieira
Pós Graduação em Dança
                                                 
                                                    Aluna: Maria Edwis Torres

“A dança facilita o resgate da criatividade, da liberdade e do autoconhecimento do corpo, e das possibilidades nele existentes, despertando para as emoções que refletem na percepção da vida, através do movimento.”
Edwis Torres


A Dança de Salão no Contexto Social


Após a segunda guerra e o advento da revolução industrial, ocorre uma grande transformação na vida da mulher, e essa transformação, consequentemente, também é refletida em seu corpo. As mulheres passaram a trabalhar em atividades, antes só exercida pela força do homem: em fábricas, indústrias etc. Essa transformação passou a interferir no comportamento masculino, pois além de alterar a rotina dos lares, o homem passou a ver na mulher também uma concorrente.

Neste contexto, para complicar aconteceram os movimentos feministas e as grandes conquistas sociais de cidadania da mulher. Mas tratando-se de feminilidade não de feminismo, de masculinidade e não de machismo; os valores aos pouco foram se invertendo. A confusão foi formada: a mulher não pode ser submissa, teve aguçado  o seu instinto de defesa, acarretando transtorno a sua feminilidade.

 Por sua vez o homem fica confuso. Como se comportar? Se gentil parece um “mamão”, se machista é um “grosso”. Afinal como as mulheres preferem os homens? Como a mulher pode resgatar sua feminilidade, e o homem definir o seu papel e comportamento?
O trabalho na dança de salão, me permitiu acompanhar de perto (pois também passei por esse processo no início), como os questionamentos anteriores podem ser elucidados. Na dança a dois é inevitável a aproximação dos corpos. É criado um momento de intimidade entre duas pessoas e que às vezes nunca se viram antes. Mas também nesse momento há um dialogo mudo onde se estabelecem os acordos que tem como parâmetro, a confiança, antes em você, depois no parceiro, a educação e a gentileza de ambos, o respeito às diferenças e ao corpo. É justamente durante o estabelecimento desse acordo que é trabalhada a feminilidade e o cavalheirismo.

         Durante o processo de ensino-aprendizado da dança, constantemente são geradas situações onde cabe a interferências do facilitado (a). Como na nossa proposta de  trabalho não há figura do (a) monitor (a) estamos sempre envolvidos ,corpo a corpo com o aluno,favorecendo a nossa interferência de forma indireta, na maioria das vezes é sempre reflexiva.

        A timidez e a insegurança são fatores conflitantes, não só na dança, mas principalmente na vida do aluno. Como são objetos do nosso trabalho, por meio da dança e do movimento por ela produzido, as sensações são libertadas, trazendo de volta o prazer, a confiança e novas formas de percepções sobre a vida. Ai a protagonista do processo é resgatada A auto-estima, confiante e desinibido, o aluno inicia o exercício da tolerância palavra chave na dança e na  arte de viver.

Como diria o mestre Klauss Viana: “O importante não são as formas e sim o caminho para se chegar ate elas”. O caminho é a fase mais rica do processo e nele geralmente tudo acontece, afinal aprender a dançar é aprender a viver.

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