terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Preparação corporal para a Dança de Salão


As aulas de treinamento funcional têm por objetivo favorecer o seu aprendizado na Dança de salão. Nas aulas trabalhamos partes do corpo que não usamos com freqüencia e movimentos que não são do nosso cotidiano. O aluno vivencia as informações estimulando a consciência corporal e a propriocepção.

Aprendemos a estudar o movimento para executá-lo com o menor esforço possível, ao tempo que trabalhamos o realinhamento postural, encontramos o eixo global, alcançando um melhor equilíbrio e domínio do movimento.

Nestas aulas lançamos mão de várias técnicas de educação somática (técnica de Alexander, Eutonia etc...) e dos princípios da técnica de Klauss Vianna.

As aulas de preparação corporal para a dança são previamente agendadas com carga horária entre 120 130 min. elas acontecem preferencialmente de forma individual ou no máximo com 2 (dois) alunos.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O Corpo

“Pela observação e percepção dos movimentos mais simples, iniciamos um trabalho de sensibilização sutil, mas de grande efeito” Klauss Vianna


     Quando procuramos à dança, procuramos tudo que sua magia pode nos proporcionar: alegria, amigos, lazer, que são objetivos imediatos, em curto prazo. Entretanto, a dança proporciona muito mais que isso.

Ao pensarmos em dançar, pensamos em um local para aprender, pensamos em roupas, pensamos em calçados, pensamos no parceiro (a), pensamos na música, entretanto não pensamos o corpo, e a dança não existe sem ele. Mas como pensar o corpo? Pensar o corpo é senti-lo, conhecê-lo, descobrir-lo.

Ao estudarmos os movimentos que executamos, estimulamos a reeducação dos nossos sentidos, e também damos início ao processo de conhecimento do corpo ( consciência corporal ). Conhecer o próprio corpo requer perseverança e disciplina.

Nosso corpo carrega nossa história de vida, nossas experiência, nossas emoções, nossos costumes, etc. As possibilidades de movimento de cada corpo evidenciam essas diferenças: físicas, emocionais, sociais, culturais, dentre outras.

Explorar e descobrir as possibilidades de movimento de cada corpo (nunca haverá um corpo igual ao outro) e a aceitação dessas diferenças, as nossas e a dos outros, não é fácil e nem tão pouco simples, porém, esse processo é um ato de respeito e de amor por você e pelas pessoas com quem você dança.

Edwis

Entrar ou não em uma Escola de Dança de Salão?

“Entrar em uma escola de dança é ter uma nova percepção da vida por meio do corpo onde são guardadas todas as nossas emoções”.

Edwis Torres.
Para alguns, isso é um verdadeiro dilema. Será que vou gostar? O que os outros vão pensar? Será que vou ser aceito? Será que levo jeito para a coisa? É infinito o número de “Será”. Então, com obter essas repostas?

Assim como na vida, as respostas na dança virão quando elas forem procuradas e enfrentadas. Entrar na dança de salão é um novo nascimento, mas não um nascer extra-uterino, para o total desconhecido, é um nascer de suas próprias entranhas, do seu próprio interior que também não deixa de ser desconhecido (o que lhe espera lá fora?), ou seja, é um nascer do seu corpo para conhecê-lo e descobri-lo proporcionando uma reaproximação que o tempo, os afazeres e todas as intempéries da vida o afastam. Quem não tem tempo para cuidar de si é obrigado a arrumá-lo para cuidar de sua saúde. “Aguçar a sensibilidade proprioceptiva significa despertar o corpo para sentir, perceber e conhecer o que ocorre. Conectar-se a este campo (proprioceptivo-cognitivo) significa estar receptivo às próprias sensações e modificações que possam ocorrer, sem julgamento prévio ou valorativo; É um processo de conquista da liberdade, de se permitir a ser o que é. Denomino esse desenvolvimento de “SABER O CORPO”.

Nos seus primeiros instantes em sala de aula, você se sente estranho alheio ao grupo, acha que tem todas as dificuldades do mundo, que todos que ali se encontram lhe faz sentir-se o pior da turma, que ninguém vai querer dançar com você. Bem, você termina se sentindo ridículo com tantas dificuldades “aparentemente bobas”. Não! Não são bobas, existem explicações para elas nos diversos segmentos: Motor, emocional, cognitivo, mental etc.

Entretanto, não seja egoísta ao ponto de pensar que este privilégio é só seu, pois todos que ali se encontram passaram de uma forma ou de outra por esta mesma situação.

De repente, você se surpreende rindo de seus próprios erros e aí você escuta: “Ah! comigo foi assim também!”. Neste momento, você encontra o ludismo do aprendizado, e, em determinado momento você olha o relógio e diz: “Poxa a aula já terminou”.

Os alunos novatos tendem a centrar sua atenção no professor ou naquele colega que parece mais desenrolado, que pela perseverança e tempo em aula já faz umas letrinhas. Embora ele também tenha passado pelo mesmo processo aterrorizante para chegar a esse estágio. Uma coisa você deve aprender desde cedo: Numa sala de aula em meio a tanta gente, a figura central é VOCÊ, bem como na vida, com tantos ao seu redor, o protagonista da sua história de vida é você. Nas dificuldades que aparecem na dança, você pode até mudar de estratégia, mas tem que enfrentá-las e superá-las.

Aos poucos a sala de aula já não o aterroriza tanto, torna-se salutar o convívio com os colegas e aí de novo você diz: “Poxa! A aula já terminou”. Porém, não esqueça! Começar algo novo, ou mudar uma rotina de vida requer muita perseverança. As horas de desânimo, cansaço e até mesmo a falta de tempo, fatores que comprometem a auto-estima, necessariamente precisam ser superados.

A dança não substitui o processo terapêutico, contudo não deixa de ser uma terapia, favorecendo o processo. Não deve ser encarada de forma resolutiva, como alguns fazem. Em um processo terapêutico quando a memória inconsciente é mexida, muitas vezes o abandono do processo é inevitável. Com a dança não é diferente, pois movimentar o corpo também mexe com as emoções guardadas na sua memória muscular, e, isso hoje, nos faz entender por que há tanta rotatividade do alunado na Dança de Salão.

Os movimentos são gerados a partir de energia corpórea, e no seu corpo está toda sua história de vida, desde a intra-uterina.

Seu corpo carrega as boas e más emoções, suas repressões, seus valores culturais e sociais. Portanto, o facilitador (professor) deve respeitar ao máximo o corpo do aluno, a sua história e a sua singularidade.

Edwis Torres


Bibliografia:

Lower, Alexander, Bioenergética. São Paulo, Summus Editorial, 1982.
Bertazzo, Ivado, Cidadão Corpo. São Paulo, Summus Editorial, 1998.
Calazans, Julieta, Dança e Educação em Movimento, Cortez Editora, 2003.
Ribeiro do Valle, Elena, Neuropsicologia & Aprendizagem, São Paulo, Tecmeldd, 2005


 


domingo, 3 de janeiro de 2010

De fora para dentro ou de dentro para fora?

“De dentro de uma rocha estão encravados diamantes e outras pedras preciosas; De dentro de você está todo o seu potencial de transformação para a vida”.

Edwis Torres
De fora para dentro, nós absorvemos as informações. Como por exemplo: “Fumar faz mal a saúde”, “procure ingerir alimentos saudáveis” e por aí vai. Contudo, essas informações quiçá são apenas registradas. Por em práticas essas informações significa uma mudança de comportamento, ou seja, houve uma conscientização. E a dança o que tem haver com tudo isso?


Tem tudo haver. Na metodologia do mercado da dança de salão as informações são repassadas e quase nunca os alunos não as vivencias. Apela para o mecanicismo, dificultando o sentir o corpo, vivenciar os movimento e consequentemente o de autoconhecimento do mesmo.

Essas experiências, ou seja, vivências se dão de dentro para fora, de forma estática (em repouso), de forma dinâmica (em movimento) e também em contato com o meio ambiente ou em grupo, utilizando-se dos princípios da eutonia*. Como você pode perceber, o processo de ensino tradicional da dança de salão é focado por informações e estímulos externos, onde o professor torna-se a figura central e a metodologia direcionada pela repetição, reforçando a teoria cartesiana de que a mente comanda o corpo (visão dualista).

Não devemos descartar a idéia de que podemos aprender a dançar com o método mecanicista, a maioria do aprendizado acontece dessa forma, neste caso a dança é dita de fora dentro para. Tornado-se um processo imediato, empobrecido e facilmente esquecido.

Você até pode ser dotado de habilidades específicas, de talento para dançar, mas quando as informações são vivenciadas seu corpo desperta com propriedade, seu talento até pode ser o mesmo, mas a sua dança, aposto que não! Esta será espontânea, com mais fluidez, com mais sentimento que moldarão as formas e em riquezas dos movimentos.

O que está relacionado aqui, não é direcionado aos que já dançam, aos que estão iniciando, ou aos que querem dançar, mas sim para todos. As informações em sala de aula devem ser metamorfoseadas em vivências, em repetições com estudo dos movimentos e das possibilidades do mesmo que o corpo proporciona.

Busque possibilidades, não estabeleça limites. Busque criatividade e liberdade, que seu corpo vai adquirindo o autoconhecimento, pois, quando conhecemos algo (corpo) perdemos o medo, adquirimos confiança e nos sentimos seguros (as).

Nosso corpo como fonte de energia para os nossos movimentos nos fazem pessoas hipo e hipertônicas. Uma pessoa que anda de ombros caídos, braços largados, refletem uma pessoa hipotônica, de temperamento fragilizado e lento. No entanto, alguém que tem os ombros erguidos, as clavículas sorridentes, movimentos firmes e precisos, cabeça erguida, mostra-se uma pessoa hipertônica. Portanto, segundo Alexander Lowen, “a qualidade da energia que um indivíduo possui e a sua postura irá determinar e refletir na sua personalidade e no seu padrão de comportamento”.



* Eutonia: Tensão em equilíbrio; tônus harmonioso.

Edwis Torres


Bibliografia:

Dantas, Estélio, Pensando o Corpo e o Movimento. Rio de janeiro, Shape, 2005.
Dascal, Mirian, Eutonia o saber do corpo. São Paulo, Editora SENAC sp, 2008.
Alexander, Gerda, Eutonia um caminho para a percepção corporal. São Paulo, Martins Fontes, 1991.