terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A Descoberta

   
    Em uma das minhas aulas de Treinamento Funcional para a Dança ou Preparação Corporal para a Dança, como prefiram chamar, para mim nada mais é  que despertar o Corpo, uma aluna me perguntou: "Você estudou, criou todo esse trabalho por que pensava em ser professora de dança?" Cheguei a rir, e respondi: Não minha querida. Nunca tive tamanha pretensão. Apenas um dia respondi ao meu professor, hoje meu companheiro, que meu objetivo com a dança era dançar bem. Com passar do tempo de tanto perturbar em sala de aula ele me colocou para auxiliá-lo. Confesso que até então para mim tudo não passava de uma brincadeira. 
     
      Com o passar do tempo, como toda boa aquariana, aceitei o desafio e mergulhei de cabeça. Eu mesma já tinha muito dificuldade com o aprendizado, até por que ter o marido como professor de dança, não era nada fácil. E por mais que me dedicasse era muito difícil, cheguei até a escutar de um amigo; “desista você chegou ao seu limite, dai você não passa”. Quanto mais crítica mais força e determinação. Foi o pontapé inicial.     As minhas dificuldades, somada a dos alunos em sala de aula, me levaram a estudar. Coisas tão bobas como: pise a frente, um passo atrás, era difícil para o aluno executar. Recordo que uma vez em sala de aula, pensei com meus botões: ”Poxa! Que mulher burrinha”. Mero engano, a burrinha ali era eu, que não entendia o que estava acontecendo, até por que essa aluna tinha uma profissão não muito comum (física nuclear). Foi dai que resolvi pesquisar, de forma autodidata o corpo, suas possibilidades.

    Mergulhei nos livros, uma bibliografia totalmente nova para minha formação, más por ser da área de saúde o vocábulo me era familiar. As vezes meu marido me via estudando os movimentos para senti-los,e perguntava se estava ficando doida. Não eu buscava o que seria consciência corporal. Ah! Essa danada me infernizou o juízo. Sai em busca dessa tal consciência corporal, cheguei a fazer aulas de outras modalidades, e sempre volta frustrada; ”Ainda não descobri o que é”. Bem, essa resposta encontrei nos livros, e nas muitas horas de exercícios que fazia.

   Para muitos pode até parecer que descobri o ovo de Colombo. Não, havia descoberto o caminho, o caminho tão falado por Klauss Vianna, quando ele diz que a forma não é o mais importante e sim o caminho para se chegar até ela. Para ele a dança não significa apenas reproduzir formas. A forma pura é fria, estática, repetitiva. Dançar é muito mais aventurar-se na grande viagem do movimento que é a vida (Vianna, Klauss. A Dança, pag.112).

Nenhum comentário:

Postar um comentário