domingo, 3 de janeiro de 2010

De fora para dentro ou de dentro para fora?

“De dentro de uma rocha estão encravados diamantes e outras pedras preciosas; De dentro de você está todo o seu potencial de transformação para a vida”.

Edwis Torres
De fora para dentro, nós absorvemos as informações. Como por exemplo: “Fumar faz mal a saúde”, “procure ingerir alimentos saudáveis” e por aí vai. Contudo, essas informações quiçá são apenas registradas. Por em práticas essas informações significa uma mudança de comportamento, ou seja, houve uma conscientização. E a dança o que tem haver com tudo isso?


Tem tudo haver. Na metodologia do mercado da dança de salão as informações são repassadas e quase nunca os alunos não as vivencias. Apela para o mecanicismo, dificultando o sentir o corpo, vivenciar os movimento e consequentemente o de autoconhecimento do mesmo.

Essas experiências, ou seja, vivências se dão de dentro para fora, de forma estática (em repouso), de forma dinâmica (em movimento) e também em contato com o meio ambiente ou em grupo, utilizando-se dos princípios da eutonia*. Como você pode perceber, o processo de ensino tradicional da dança de salão é focado por informações e estímulos externos, onde o professor torna-se a figura central e a metodologia direcionada pela repetição, reforçando a teoria cartesiana de que a mente comanda o corpo (visão dualista).

Não devemos descartar a idéia de que podemos aprender a dançar com o método mecanicista, a maioria do aprendizado acontece dessa forma, neste caso a dança é dita de fora dentro para. Tornado-se um processo imediato, empobrecido e facilmente esquecido.

Você até pode ser dotado de habilidades específicas, de talento para dançar, mas quando as informações são vivenciadas seu corpo desperta com propriedade, seu talento até pode ser o mesmo, mas a sua dança, aposto que não! Esta será espontânea, com mais fluidez, com mais sentimento que moldarão as formas e em riquezas dos movimentos.

O que está relacionado aqui, não é direcionado aos que já dançam, aos que estão iniciando, ou aos que querem dançar, mas sim para todos. As informações em sala de aula devem ser metamorfoseadas em vivências, em repetições com estudo dos movimentos e das possibilidades do mesmo que o corpo proporciona.

Busque possibilidades, não estabeleça limites. Busque criatividade e liberdade, que seu corpo vai adquirindo o autoconhecimento, pois, quando conhecemos algo (corpo) perdemos o medo, adquirimos confiança e nos sentimos seguros (as).

Nosso corpo como fonte de energia para os nossos movimentos nos fazem pessoas hipo e hipertônicas. Uma pessoa que anda de ombros caídos, braços largados, refletem uma pessoa hipotônica, de temperamento fragilizado e lento. No entanto, alguém que tem os ombros erguidos, as clavículas sorridentes, movimentos firmes e precisos, cabeça erguida, mostra-se uma pessoa hipertônica. Portanto, segundo Alexander Lowen, “a qualidade da energia que um indivíduo possui e a sua postura irá determinar e refletir na sua personalidade e no seu padrão de comportamento”.



* Eutonia: Tensão em equilíbrio; tônus harmonioso.

Edwis Torres


Bibliografia:

Dantas, Estélio, Pensando o Corpo e o Movimento. Rio de janeiro, Shape, 2005.
Dascal, Mirian, Eutonia o saber do corpo. São Paulo, Editora SENAC sp, 2008.
Alexander, Gerda, Eutonia um caminho para a percepção corporal. São Paulo, Martins Fontes, 1991.

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